terça-feira, 28 de setembro de 2010

Lição 1 do 4° Trimestre de 2010

Lição 1 – O que é Oração

03 de outubro, Um ano de Auxílio aos Mestres da EBD!

03 de outubro de 2010

TEXTO ÁUREO

"Orando em todo o tempo com toda a oração e súplica no Espírito, e vigiando nisso com toda a perseverança e súplica por todos os santos" (Ef 6.18).

- A guerra do cristão contra as forças espirituais de Satanás exige dedicação a oração, i.e., orando "no Espírito", "em todo tempo", "com toda oração e súplica", "por todos os santos", "com toda perseverança". A oração não deve ser considerada apenas mais uma arma, mas parte do conflito propriamente dito, onde a vitória é alcançada, mediante a cooperação com o próprio Deus. Deixar de orar diligentemente, sob todas as formas de oração, em todas as situações, é render-se ao inimigo e deixar de lutar (Lc 18.1; Rm 12.12; Fp 4.6; Cl 4.2; 1 Ts 5.17).

VERDADE PRÁTICA

A oração é o meio de comunicação que Deus estabeleceu para cultivarmos um relacionamento íntimo e contínuo com Ele.

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE

1Cr 16.8,10-17; Jo 15.16

OBJETIVOS

Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:

- Conscientizar-se de que a oração é o meio de comunicação que Deus estabeleceu para cultivarmos um relacionamento íntimo com Ele;

- Reconhecer que para se chegar à presença de Deus, em oração, é preciso ter reverência, fé e santo temor, e

- Compreender que devemos orar sem cessar.

PALAVRA-CHAVE

Oração: - [do latim orationem]; é o meio de comunicação que Deus estabeleceu para cultivarmos um relacionamento íntimo e contínuo com Ele.

COMENTÁRIO

(I. INTRODUÇÃO)

Finalmente, entramos no último trimestre de 2010! Fechando com chave de ouro, estudaremos um tema extremamente importante para esse momento que a Igreja Evangélica Brasileira atravessa, e em particular, a nossa quase centenária Assembléia de Deus. Atravessamos dias difíceis, carecemos urgentemente rever o poder e o ministério da oração. ‘Elias era homem sujeito às mesmas paixões que nós, e, orando, pediu que não chovesse, e, por três anos e seis meses, não choveu sobre a terra. E orou outra vez, e o céu deu chuva, e a terra produziu o seu fruto(Tg 5.17, 18). Através da oração, você alcança grandes vitórias. Todos os que oram e confiam a Deus os seus problemas, difíceis de solução, são recompensados pelo Todo-Poderoso. Nesta lição, você vai conhecer o quanto é bom orar, e aprender que tudo quanto se pede ao Senhor, com fé, mediante sua vontade, se recebe.

Jesus só venceu as muitas tentações que enfrentou, porque sempre viveu em oração. O Diabo não lhe dava trégua: tentava o Filho de Deus noite e dia, mas foi derrotado pela comunhão de Cristo com o Pai celestial. Até no Calvário, Satanás tentou convencer Jesus a descer da cruz, mas não conseguiu, por causa do efeito da oração. Nas enfermidades: - Doenças incuráveis foram repreendidas pelo poder da oração. Até mortos ressuscitam, quando a igreja ora, pois nada é impossível para Deus. Os apóstolos Pedro e João foram ao templo, em Jerusalém, para orar. Na passagem pela porta chamada Formosa depararam-se com um coxo de nascença. Este estendeu a mão e pediu-lhes uma esmola. Pedro, então respondeu: 'Não tenho prata nem ouro; mas o que tenho isso te dou. Em nome de Jesus Cristo, o Nazareno, levanta-te e anda'. Isto só foi possível, porque os apóstolos viviam em constante oração. Paulo e 275 companheiros de viagem para Roma permaneceram 14 dias perdidos no mar Adriático, fustigados por uma tempestade interminável. O navio, açoitado pelas fortes ondas, não naufragou, de imediato, porque o apóstolo estava entre os passageiros. Ele rogou a Deus, em oração, pelas vidas de seus companheiros. Em resposta, um anjo trouxe-lhe a seguinte mensagem: 'Paulo, não temas: importa que sejas apresentado a César, e eis que Deus te deu todos quantos navegam contigo'. Ele, então, reuniu todos os passageiros e tripulantes e declarou-lhes: 'Portanto, exorto-vos a que comais alguma coisa, pois é para a vossa saúde; porque nem um cabelo cairá da cabeça de qualquer de vós’. Na verdade, a embarcação foi destruída, mas todos os seus ocupantes se salvaram (Atos 27.34). A oração, portanto, é a chave da vitória. Todos os que enfrentaram grandes lutas, mas confiaram no poder de Deus, foram vitoriosos. Orar é um hábito que se adquire gradativamente. Todos os que se prontificam a orar ao Senhor, tiveram, no início, a contrariedade da carne. Mas a mortificaram e disciplinaram-na a tal ponto, que ficavam horas e horas de joelhos, sem perceberem o tempo passar. Tornaram-se grandes pregadores e ganharam milhares de almas para Cristo. Venceram as tentações e provações e, agora, aguardam, no Paraíso, o momento de receberem o novo corpo, para viverem eternamente com Jesus.

Sempre antes de iniciar o estudo e preparo de sua lição, faça uma oração ao Espírito Santo e peça-lhe que venha lhe ensinar todas as coisas, pois foi Ele mesmo quem inspirou os escritores da Bíblia, então, não há ninguém melhor do que Ele para te ensinar as Santas Palavras.

Boa Aula!

(II. DESENVOLVIMENTO)

I. A QUEM ORAR E QUANDO ORAR?

1. Devemos orar a Deus. Toda oração deve ser direcionada ao Deus trino – Pai, Filho e Espírito Santo. A Bíblia ensina que podemos orar a um ou aos três, porque os três são Um. Ao Pai, oramos com o salmista: Atende à voz do meu clamor, Rei meu e Deus meu, pois a ti orarei” (Sl 5.2). Ao Senhor Jesus, oramos da mesma forma que oramos ao Pai, porque eles são iguais. Oração a um dos membros da Trindade é oração a todos. Estevão, enquanto estava sendo martirizado, orou: Senhor Jesus, recebe o meu espírito!” (At 7.59). Também devemos orar no nome de Cristo. Paulo exortou os crentes da igreja de Éfeso a sempre dar graças por tudo a nosso Deus e Pai, em nome de nosso Senhor Jesus Cristo” (Ef 5.20). Jesus assegurou aos seus discípulos que qualquer coisa que pedissem em Seu nome, seria concedido (Jo 15.16; 16.23). Semelhantemente, devemos orar ao Espírito Santo e em Seu poder. Paulo pediu ao Espírito que unisse os corações dos crentes da igreja de Corinto (2Co 13.14). Além disso, o Espírito nos ajuda a orar mesmo quando não sabemos como ou pelo que pedir (Rm 8.26; Jd 1.20). Talvez a melhor forma de entender o papel da Trindade em relação à oração é que oramos ao Pai, através do Filho, pelo poder do Espírito Santo. Todos os três são participantes ativos na oração do crente. De igual importância é a quem não devemos orar.

Algumas religiões não-Cristãs encorajam seus seguidores a orar ao panteão de deuses, parentes mortos, santos e espíritos. Católicos Romanos são ensinados a orarem a Maria e a vários outros santos, como Pedro. Tais orações não são bíblicas, são contra a vontade de Deus e são, na verdade, uma ofensa ao nosso Pai Celestial. Para entender o porquê, precisamos estudar a natureza da oração. Oração tem vários elementos e se estudarmos apenas dois – louvor e ação de graças – podemos ver que oração é, em sua própria essência, adoração. Quando louvamos a Deus, estamos louvando a Ele por Seus atributos e Seu trabalho em nossas vidas e no mundo. Quando oferecemos orações de ação de graças, estamos adorando Sua bondade, misericórdia e ternura para conosco. Adoração dá glória a Deus, o Único que realmente merece ser glorificado. O problema em orar a qualquer outra pessoa que não seja Deus é que Deus é um Deus zeloso e tem declarado que não vai dividir Sua glória com ninguém. Na verdade, fazer isso é nada menos do que pura idolatria. Eu sou o SENHOR, este é o meu nome; a minha glória, pois, não a darei a outrem, nem a minha honra, às imagens de escultura” (Is 42.8). Outros elementos de oração – tais como arrependimento, confissão e petição – também são formas de louvor. Arrependemo-nos sabendo que Deus é um Deus que perdoa e é amoroso, e que Ele tem providenciado um meio de perdão através do sacrifício do Seu Filho na cruz. Confessamos nossos pecados porque sabemos que se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça” (1Jo 1.9) e louvamos a Deus por isso. Aproximamo-nos d’Ele com nossas súplicas e intercessões porque sabemos que Ele nos ama e nos escuta, e louvamos a Ele por Sua misericórdia e bondade em estar disposto a escutar e responder às orações. Quando consideramos tudo isso, é fácil ver que orar a alguém que não seja ao Deus trino é impensável porque oração é uma forma de adoração, e adoração deve ser reservada a Deus e apenas Deus. Com respeito à adoração do Espírito Santo, a totalidade da igreja (católicos romanos, ortodoxos e protestantes) tem unanimemente concordado que ela é apropriada, como afirmado no Credo Niceno, elaborado em 381 d.C.: “E cremos no Espírito Santo, Senhor, Doador da Vida, que procede do Pai e do Filho, o qual com o Pai e o Filho juntamente é adorado e glorificado”. De modo semelhante, a Confissão de Fé de Westminster diz: “O culto religioso deve ser prestado a Deus Pai, o Filho e o Espírito Santo – e só a Ele; não deve ser prestado nem aos anjos, nem aos santos, nem a qualquer outro criatura(XXI.2). O Espírito é plenamente Deus, portanto, Ele é digno de adoração. (Adaptado de http://www.gotquestions.org/portugues/orar-Pai-Filho-Espirito.html)

2. Quando tudo está bem. Paulo escrevendo 1Ts 5.17: “Orai sem cessar” deve ser bem compreendido para não causar confusão. O texto não ensina que devemos falar sem parar, mas sim, devemos possuir uma atitude de consciência da presença de Deus e de render a Ele tudo o que fazemos, todo o tempo. Todo momento que estamos acordados deve ser vivido com a consciência de que Deus está conosco e está ativamente envolvido em nossos pensamentos e ações. Assim, entendemos porque Paulo escreve em Filipenses a não mais sermos ansiosos, mas pelo contrário: “Não andeis ansiosos de coisa alguma; em tudo, porém, sejam conhecidas, diante de Deus, as vossas petições, pela oração e pela súplica, com ações de graças” (Fp 4.6). Aos crentes de Colossos ele ensinou a perseverarem “na oração, vigiando com ações de graças” (Cl 4.2). À igreja de Éfeso, exortou-os a enxergarem oração como uma arma para ser usada em batalhas espirituais (Ef 6.18). O ‘Príncipe dos pregadores’ Charles Spurgeon, descreveu a vida de oração de um Cristão ao dizer: “Como os cavaleiros da antiguidade, sempre em batalha, nem sempre em seus cavalos avançando com suas lanças contra o seu adversário para fazê-lo cair do cavalo, mas sempre usando as armas que podiam alcançar.... Aqueles cavaleiros deprimidos geralmente dormiam em suas armaduras; então, até mesmo quando dormimos, ainda sim devemos estar no espírito de oração, para que se por acaso acordarmos de noite, ainda estaremos com Deus”. No decorrer dos nossos afazeres por todo o dia, oração deve ser a nossa primeira resposta a toda situação atemorizante, a todo pensamento ansioso, a toda tarefa indesejada que Deus comanda. John MacArthur (pastor da Grace Community Church em Sun Valley, Califórnia, EUA) adverte que a falta de oração vai fazer com que paremos de depender da graça de Deus e passemos a depender de nós mesmos. Orar sem cessar é, em essência, dependência da comunhão com o Pai. Para os Cristãos, oração é como respiração. Você não tem que pensar para respirar porque a atmosfera exerce pressão nos seus pulmões e o força a respirar. Por isso é mais difícil prender a respiração do que respirar. Semelhantemente, quando nascemos de novo e passamos a fazer parte da família de Deus, entramos em uma atmosfera espiritual onde a presença e graça de Deus exercem pressão, ou influência, nas nossas vidas. Oração é a resposta normal a essa pressão. Como crentes, temos todos entrado na atmosfera divina para respirar o ar da oração. Só então podemos sobreviver na escuridão desse mundo. Infelizmente, muitos crentes prendem sua respiração espiritual por muito tempo, achando que breve momentos com Deus são suficientes para sobreviverem. No entanto, tanta restrição do influxo espiritual é causada por desejos pecaminosos. O fato é que todo crente deve estar continuamente na presença de Deus e constantemente respirando Suas verdades para serem completamente funcionais. Porque fazemos parte de uma sociedade livre e próspera, é mais fácil para os Cristãos se sentirem seguros ao presumir – ao invés de depender – da graça de Deus. Muitos crentes ficam satisfeitos com as bênçãos físicas e têm pouco desejo por bênçãos espirituais. Ao se tornarem tão dependentes dos seus recursos físicos, eles acham que pouco precisam dos recursos espirituais. Quando programas, métodos e dinheiro produzem resultados impressionantes, há uma inclinação para confundir sucesso humano com benção divina. Cristãos podem na verdade se comportar como humanistas, vivendo como se Deus não fosse necessário.Quando isso acontece, desejo ardente por Deus e necessidade de Sua ajuda vão estar faltando, assim como o Seu poder. Por causa desse grande – e comum – perigo, Paulo encorajou os Cristãos a orar “em todo tempo” (Ef 6.18) e a perseverar na oração (Cl 4.2). Oração contínua, persistente e incessante é uma parte fundamental da vida Cristã que tem sua origem na dependência em Deus.

3. No dia da angustia e da adversidade. "Se te mostrares frouxo no dia da angústia, a tua força será pequena" (Pv 24:10). Existem dois tipos de angústias: uma é resultado de nosso egoísmo e a outra é permissão de Deus para o crescimento espiritual e testemunho de fé. Quando nos mostramos fracos diante das angústias e lutas da vida, os desafios nos causam espanto (1Sm 17.8-11); Quando nos mostramos fracos, nossa atitude é recuar e esperar o que vai acontecer (1Sm 17.16,24); Quando nos mostramos fracos, as nossas forças diminuem então passamos a ver o problema maior do que realmente ele é, tornando-o indestrutível, impossível de ser vencido e conquistado.(1Sm 17.32,33). “...no mundo tereis aflições (Jo 16.33). [Aflições (thlipsis; Strong 2347), pressão, opressão, estresse, angústia, tribulação, adversidade, aflição, espremer, esmagar, apertar, sofrimento. Imagine colocar sua mão em uma pilha de coisas soltas e comprimi-los. Isso é Thlipsis, colocar muita pressão no que está livre e liberto. A palavra é usada para o esmagamento de uvas ou azeitonas em uma prensa. – Bíblia de Estudo Plenitude, SBB, Palavra-Chave 16.33, p. 1094].Mesmo em meio à perseguição há uma paz alegre na certeza da vitória que Cristo obteve sobre o mundo. Ele venceu o mundo por meio de sua vida, morte e ressurreição. Aos discípulos Ele disse que o mundo lhes traria tribulação, mas que Ele lhes daria paz. João termina seu discurso escrevendo essa animadora declaração de vitória.

SINÓPSE DO TÓPICO (1)

A Bíblia ensina que devemos orar somente a Deus e a ninguém mais, pois não há nenhum outro deus além do nosso.

II. COMO ORAR?

1. Com reverência. Existem pessoas que 'têm tanta reverência e temor à Deus' [parecem ter], que sequer têm confiança para falar com Ele. Não conhecem que em Cristo temos livre acesso ao Pai. Assim, eles acabam dirigindo suas orações a Maria ou outras pessoas falecidas, tidas como possíveis intercessoras, esperando que estes resolvam suas pendengas com Deus a seu favor. Em muitos arraiais evangélicos podemos encontrar justamente o oposto. Hoje, temos o fenômeno do cristianismo legal. O culto surfista. Deus é tratado como o ‘grande amigão’. Jesus é ‘um cara legal’, e ele vai ‘quebrar o galho p’rá gente’. Há crentes orando a Deus e chamando-o pai-inho. Não entendem o que é reverência. No tempo da graça, nós temos plena confiança para chegar perante Deus em oração. Cheguemos, pois, com confiança ao trono da graça, para que possamos alcançar misericórdia e achar graça, a fim de sermos ajudados em tempo oportuno.’ (Hb 4.16). Mas confiança não pode ser confundida com desrespeito. Cristo nos franqueou, com sua morte, o direito de tratarmos à Deus como “Aba- Pai”. Ele não franqueou-nos esse direito para que desrespeitarmos a Deus. Deus permanece o Criador, Todo-Poderoso, Aquele que tem, ele só, a imortalidade, e habita na luz inacessível; a quem nenhum dos homens viu nem pode ver, ao qual seja honra e poder sempiterno. Amém. (1Tm 6.16). O escritor da epístola aos Hebreus nos orienta como devemos nos aproximar de Deus: ‘Por isso, tendo recebido um reino que não pode ser abalado, retenhamos a graça, pela qual sirvamos a Deus agradavelmente, com reverência e piedade; Porque o nosso Deus é um fogo consumidor. (Hb 12.28,29). Dentre todos os seus nomes, o favorito de Deus é Pai: Sabemos que Ele ama este nome, porque é o que Ele mais usa. Enquanto esteve na Terra, Jesus chamou Deus de Pai mais de duzentas vezes. Em suas primeiras palavras registradas, Jesus elucidou: ‘Não sabíeis que me cumpria estar na casa de meu Pai? (Lc 2.49). Em sua última e triunfante oração, Ele proclamou: ‘Pai, nas tuas mãos entrego o meu espírito (Lc 23.46). Só no Evangelho de João, o Senhor Jesus repetiu este nome 156 vezes. Deus gosta de ser chamado de Pai. Além do que, Jesus não nos ensinou a começar nossa oração com a frase ‘Aba Pai’? “Com a ajuda de meus assistentes, examinei a literatura devocional do antigo judaísmo... O resultado desses exames foi que, em lugar algum dessa vasta literatura, foi achada a invocação de Deus como "Aba Pai". Aba era uma palavra comum; uma palavra familiar e corriqueira. Nenhum judeu teria ousado tratar Deus dessa maneira. Não obstante, Jesus o fez em todas as suas orações a nós legadas, com uma única exceção: o brado da cruz — ‘Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste?’ Na oração do Senhor, Jesus autorizou os discípulos a repetirem a palavra Aba depois dEle, dando-lhes o direito de partilharem sua condição de Filho. Autorizou-os a falar com o seu Pai celeste de um modo mais confiante e familiar.” As duas primeiras palavras da oração do Senhor são plenas de significado: "Pai nosso" lembra-nos que somos bem-vindos à Casa de Deus porque fomos adotados pelo dono. – Max Lucado, "A Grande Casa de Deus" – Rio de Janeiro: CPAD, 2001, pp. 12-13.

2. Com fé e humildade. É certo que Deus fará por nós, não somente mais do que pedimos e desejamos em oração, como também mais do que nossa imaginação possa alcançar. Mas esta promessa é condicional! O grau da fé e humildade, a presença, o poder e graça do Espírito Santo em nossa vida é que vai determinar se receberemos de Deus aquilo que pleiteamos (1.19; 3.16-19; Is 65.24; Jo 15.7; Fp 2.13). O crente deve ter uma paixão sincera por agradar a Deus, no amor, na devoção, no louvor, na santidade e no servir. Nosso desejo interior deve ser por uma vida alicerçada na fé e na humildade cristãs. Para isso, precisamos separar-nos do mundo e aproximar-nos cada vez mais de Deus; viver para Deus, adorá-lo, obedecer-lhe; opor-nos ao pecado e apegar-nos à justiça; resistir e repudiar o mal, ser generosos com o próximo na prática de boas obras, imitar a Cristo, segui-lo, servi-lo, andar na direção do Espírito Santo e ser cheio dEle. Devemos apresentar a Deus, nosso corpo como morto ao pecado e como templo do Espírito Santo (1Co 6.15,19).

3. Priorizando o Reino de Deus e seus valores eternos. Na oração devemos tratar dos nossos pecados e também estar dispostos a perdoar aqueles que nos fizeram mal (Hb 9.14; 1Jo 1.9). Aqueles que seguem a Cristo são conclamados a buscar acima de tudo o mais, o reino de Deus e a sua justiça. O verbo buscar subentende estar continuamente ocupado na busca de alguma coisa, ou fazendo um esforço vigoroso e diligente para obter algo. Cristo menciona dois objetos da nossa busca:

a. O Reino de Deus devemos buscar diligentemente a demonstração da soberania e do poder de Deus em nossa vida e em nossas reuniões. Devemos orar para que o reino de Deus se manifeste no grandioso poder do Espírito Santo para salvar pecadores, para destruir a influência demoníaca, para curar os enfermos e para engrandecer o nome do Senhor Jesus;

b. Sua justiça com a ajuda do Espírito Santo, devemos procurar obedecer aos mandamentos de Cristo, ter a sua justiça, permanecer separados do mundo e demonstrar o seu amor para com todos (Fp 2.12,13).

SINÓPSE DO TÓPICO (2)

Não podemos chegar à presença de Deus em oração, sem reverência, sem fé e sem santo temor.

III. ONDE ORAR E POR QUEM ORAR?

1. O lugar da oração. Todo filho de Deus deve ter um lugar para estar a sós com Deus a fim de buscá-lo. Sem isto, a oração secreta não terá a duração desejada ou será algo casual. Jesus tinha seus lugares secretos para orar (Mt 14.23; Mc 1.35; Lc 4.42; 5.16; 6.12). Nós, também, devemos disciplinar nossa vida a fim de mantermos nossa comunhão com Deus e demonstrar nosso amor por Ele. A oração secreta é especialmente importante:

a. de manhã cedo, para dedicarmos a Deus o nosso dia;

b. no fim da tarde, para render-lhe graças por suas misericórdias; e

c. nos momentos em que o Espírito nos impulsiona a orar.

A promessa é que nosso Pai nos recompensará abertamente com a resposta à nossa oração, com sua presença íntima, e com honra genuína por toda a eternidade.

2. Orar pela igreja de Deus. ‘Não cesso de dar graças a Deus por vós, lembrando-me de vós nas minhas orações’ (Ef 1.16). Paulo orando pelos efésios reflete o desejo máximo de Deus para todo crente em Cristo. Ele ora para que o Espírito opere neles em maior escala. A razão dessa medida maior do Espírito é que os crentes recebam mais sabedoria, revelação e conhecimento a respeito dos propósitos redentores de Deus para a salvação, presente e futura, e experimentem um poder mais abundante do Espírito Santo na sua vida.

3. Orar por todos os homens e pelas autoridades constituídas (1Tm 2.1,2). ‘A língua... com ela amaldiçoamos os homens...’ (Tg 3.8,9). Tiago fala da dificuldade de se controlar a língua diante de tantas coisas erradas praticadas por aqueles que estão investidos de autoridade. Não maldizer não é o mesmo que ser conivente com esta situação sombria; no entanto jamais devemos nos sentar juntos àqueles que abrem suas bocas para falar e difamar nossas autoridades. A missão que está em nossa mão é: Orar, Clamar. ‘A autoridade é ministro de Deus para teu bem. Entretanto se fizeres o mal, teme... pois é ministro de Deus, vingador, para castigar o que pratica o mal.’ (Rm 13.4). O nosso agir dever ser em retidão, observando o direito do próximo, viver em justiça. Jamais nos assemelharmos ao ímpio, pois, para este a justiça é como uma espada que fere. As autoridades constituídas são instituições que existem para o nosso bem. Como cidadãos dos céus (Sl 15) precisamos estar atentos às muitas leis e sermos obedientes no cumprimento das mesmas para que venhamos a viver em paz. A oração (1Tm 2.1,2) contínua pelas autoridades é a vontade de Deus para a vida de seus servos.

SINÓPSE DO TÓPICO (3)

Ao orar o crente deve ter em mente ao menos três propósitos: adorar a Deus, agradecer-lhe e pedir algo para si ou para outrem (interseção).

(III. CONCLUSÃO)

“Homens e mulheres estão no seu estado mais nobre quando estão de joelhos diante de Deus em oração. [...] Quando oramos somos verdadeiramente humanos, pois o homem foi feito por Deus e para Deus, e, quando ora, está em comunhão com Deus. Desta forma, a oração é uma atividade autêntica por si só, independente de quaisquer benefícios que possa nos trazer. Ainda assim, ela é também um dos meios mais efetivos de graça. Eu duvido que alguém possa se tornar semelhante a Cristo sem que seja antes diligente na oração.” John Stott, "Your Confirmation” (rev. edn. London: Hodder and Stoughton, 1991), p. 118.

APLICAÇÃO PESSOAL

A oração é uma comunicação multifacetada entre os crentes e o Senhor. Além de palavras como “oração” e “orar”, essa atividade é descrita como invocar a Deus (Sl 17.6). Invocar o nome do Senhor (Gn 4.26), clamar ao Senhor (Sl 3.4), levantar nossa alma ao Senhor (Sl 25.1), buscar ao Senhor (Is 55.6), aproximar-se do trono da graça com confiança (Hb 4.16) e chegar perto de Deus (Hb 10.22). Encontramos na Bíblia alguns motivos claros para o povo de Deus orar:

a. Antes de tudo, Deus ordena que o crente ore. O mandamento para orarmos vem através dos salmistas (1Cr 16.11; Sl 105.4), dos profetas (Is 55.6; Am 5.4,6), dos apóstolos (Ef 6.17,18; Cl 4.2; 1Ts 5.17) e do próprio Senhor Jesus (Mt 26.41; Lc 18.1; Jo 16.24). Deus aspira a comunhão conosco; mediante a oração, mantemos o nosso relacionamento com Ele;

b. A oração é o elo de ligação que carecemos para recebermos as bênçãos de Deus, o seu poder e o cumprimento das suas promessas. Numerosas passagens bíblicas ilustram esse princípio. Jesus, por exemplo, prometeu aos seus seguidores que receberiam o Espírito Santo se perseverassem em pedir, buscar e bater à porta do seu Pai celestial (Lc 11.5-13). Por isso, depois da ascensão de Jesus, seus seguidores reunidos permaneceram em constante oração no cenáculo (At 1.14) até o Espírito Santo ser derramado com poder (At 1.8) no dia de Pentecostes (At 2.1-4). Quando os apóstolos se reuniram após serem libertos da prisão pelas autoridades judaicas, oraram fervorosamente para o Espírito Santo lhes conceder ousadia e autoridade divina para falarem a palavra dEle. “E, tendo eles orado, moveu-se o lugar em que estavam reunidos; e todos foram cheios do Espírito Santo e anunciavam com ousadia a palavra de Deus” (At 4.31). O apóstolo Paulo freqüentemente pedia oração em seu próprio favor, sabendo que a sua obra não prosperaria se os crentes não orassem por ele (Rm 15.30-32; 2Co 1.11; Ef 6.18, 20; Fp 1.19; Cl 4.3,4). Tiago declara inequivocamente que o crente pode receber a cura física em resposta à “oração da fé” (Tg 5.14,15).

c. Deus, no seu plano de salvação da humanidade, estabeleceu que os crentes sejam seus cooperadores no processo da redenção. Em certo sentido, Deus se limita às orações santas, de fé e incessantes do seu povo. Muitas coisas não serão realizadas no reino de Deus se não houver oração intercessória dos crentes (Êx 33.11). Por exemplo: Deus quer enviar obreiros para evangelizar. Cristo ensina que tal obra não será levada a efeito dentro da plenitude do propósito de Deus sem as orações do seu povo: “Rogai, pois, ao Senhor da seara que mande ceifeiros para a sua seara” (Mt 9.38). Noutras palavras, o poder de Deus para cumprir muitos dos seus propósitos é liberado somente através das orações contritas do seu povo em favor do seu reino. Se não orarmos, poderemos até mesmo estorvar a execução do propósito divino da redenção, tanto para nós mesmos, como indivíduos, quanto para a igreja coletivamente.(adaptado do estudo ‘Oração Eficaz’, BEP CD Ron).

N’Ele, ‘Que nos consola em toda a nossa tribulação, para que também possamos consolar’ (2Co 1.4),

Francisco A Barbosa

auxilioaomestre@bol.com.br

EXERCÍCIOS

1. De acordo com a lição, qual o conceito de oração?

- R. A oração é o meio que Deus proveu ao homem a fim de que este viesse a estabelecer um relacionamento de comunhão contínua com Ele.

2. Qual a recomendação do apóstolo Paulo sobre a oração que nos faz triunfar no dia da adversidade?

- R. Perseverar em oração (Rm 12.12).

3. Como devemos orar?

- R. Com reverência, com fé e humildade, priorizando o Reino de Deus.

4. Quais são os propósitos que o crente deve ter em mente ao se colocar no altar de oração?

- R. Adorar a Deus, agradecer-lhe e interceder.

5. De acordo com 1Tm 2.1,2 por quem devemos orar?

- R. Por todos os homens e pelas autoridades constituídas.

Boa aula!

BIBLIOGRAFIA PESQUISADA

- Lições Bíblicas 4º Trim. Livro do Mestre CPAD (http://www.cpad.com.br);

- Max Lucado, "A Grande Casa de Deus" – Rio de Janeiro: CPAD, 2001, pp. 12-13;

- John Stott, "Your Confirmation” (rev. edn. London: Hodder and Stoughton, 1991), p. 118.

- O Cristianismo Através dos Séculos, Uma História da Igreja Cristã, Earle E. Cairns, tradução Israel Belo de Azevedo, 2ª edição, São Paulo, Vida Nova, 1995;

- Stamps, Donald. Bíblia de Estudo Pentecostal, CPAD;

- (HORTON, Stanley M (ed). Teologia Sistemática: Uma Perspectiva Pentecostal. Rio de Janeiro. 12.ed. CPAD, 2009, pp. 600-1).

terça-feira, 21 de setembro de 2010

Lição 13 do 3° Trimestre de 2010

Lição 13 – A Missão Profética da Igreja


26 de setembro de 2010

TEXTO ÁUREO

"Mas, se tardar, para que saibas como convém andar na casa de Deus, que é a igreja do Deus vivo, a coluna e firmeza da verdade" (1 Tm 3.15).

- A missão da igreja é apoiar e transmitir ao mundo a verdade que Deus revelou. ‘Coluna’ e ‘firmeza’ são vocábulos que têm conotação de prover suporte. Paulo afirma que a verdade do evangelho é encontrada na igreja de Deus e sustentada pela mesma (2Tm 2.19). A igreja deve zelar por ser o fundamento da verdade do evangelho. Ela sustenta e preserva a verdade revelada por Cristo e pelos apóstolos. Ela recebeu esta verdade para obedecê-la (Mt 28.20), escondê-la no coração (Sl 119.11), proclamá-la como ‘a palavra da vida’ (Fp 2.16), defendê-la (Fp 1.17) e demonstrar seu poder no Espírito Santo (Mc 16.15-20; At 1.8; 4.29-33; 6.8).

VERDADE PRÁTICA

A missão profética da Igreja é levar o conhecimento e a vontade de Deus até aos confins da terra, cumprindo assim a Grande Comissão.

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE

Atos 8.4-8,12-17

OBJETIVOS

Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:

- Descrever o contexto de vida da igreja em Jerusalém;

- Explicar a chegada do evangelho em Samaria, e

- Conscientizar-se do seu papel na missão profética da Igreja.

PALAVRA-CHAVE

Missão: - [do latim missio] ato de enviar; incumbência; obrigação; encargo; enviado, correio. Nesta Lição: Transmissão consciente e planejada das Boas novas.

COMENTÁRIO

(I. INTRODUÇÃO)

‘Jesus deixou nas mãos da igreja a responsabilidade de pregar o evangelho. Essa tarefa é nossa e de mais ninguém. Se nos calarmos seremos tidos como culpados. A evangelização é uma tarefa intransferível. Somente a igreja, remida pelo sangue do Cordeiro, é portadora dessa boa nova. Nenhuma instituição humana tem essa credencial. Nem mesmo os anjos podem cumprir essa gloriosa missão. Fomos chamados do mundo para sermos enviados de volta ao mundo como embaixadores de Deus, como ministros da reconciliação, como despenseiros da multiforme graça de Deus. O método de Deus é a igreja. Se ela falhar, ele não tem outro método. Se o ímpio morrer na sua impiedade, ele vai perecer e Deus vai lançar sobre nós o seu sangue. Precisamos compreender que a evangelização é tanto um privilégio como uma responsabilidade. Mas, precisamos entender, também, que a evangelização é uma missão urgente. Não há esperança de salvação depois da morte. Depois da morte vem o juízo. O tempo é agora; hoje é o dia da salvação’(Rev. Hernandes Dias Lopes). O termo missão deriva da palavra latina missio (enviar), referindo-se à proclamação do evangelho a todos os homens em todas as partes do mundo. Uma vez que ela objetiva a conversão das nações em todos os tempos (Mateus 28. 19.20; Atos 1.8), o envio de missionários é de máxima importância. Assim como o Pai enviou seu Filho, a Igreja sob a direção e a inspiração do Espírito Santo é comissionada à Missões. A Igreja é o ajuntamento de pessoas em congregações locais e unidas pelo Espírito Santo, que diligentemente buscam um relacionamento pessoal, fiel e leal com Deus e com Jesus Cristo, o ‘Cabeça da Igreja’ (At 13.2; 16.5; 20.7; Rm 16.3,4; 1 Co 16.19; 2 Co 11.28; Hb 11.6); É mediante o poderoso testemunho da igreja, que os pecadores são alcançados pela mensagem do Evangelho, nascidos de novo, batizados nas águas e acrescentados à igreja, o ‘Corpo de Cristo’; participam da Ceia do Senhor e esperam a volta de Cristo (At 2.41,42; 4.33; 5.14; 11.24; 1Co 11.26). No decorrer da história da Revelação divina, a voz de Deus na terra era transmitida pela boca dos santos profetas; nestes últimos dias, Deus continua a utilizar mensageiros para levar sua Palavra. A igreja como ‘Coluna’ e ‘firmeza’ deve prover suporte para a suprema tarefa de proclamar o Evangelho como ‘a palavra da vida’ (Fp 2.16). É através da Igreja que Deus ainda fala. Boa Aula!

(II. DESENVOLVIMENTO)

I. A PERSEGUIÇÃO

1. Os primórdios da igreja em uma cidade. A missão da Igreja de proclamar o Evangelho segue um planejamento divino. O testemunho de Jerusalém apresenta em escala reduzida, o ministério mundial de Deus: Os judeus de todas as nações que ouviram e creram carregaram a mensagem para bem longe (At 2.5). No resto do livro de Atos, o Evangelho se espalha de Jerusalém à Judéia e Samaria, à Antioquia da Síria e aos confins da terra. Os discípulos permaneceram em Jerusalém mesmo após terem recebido a promessa do batismo no Espírito Santo. Foi necessário levantar-se perseguição para demovê-los de Jerusalém e espalhá-los pelos quatro cantos da terra, assim, durante alguns anos Jerusalém foi o centro da igreja. Parece paradoxal que o principal centro de inimizade contra Cristo tenha sido a cidade onde o cristianismo começou. Do ano 30 até meados do ano 44, a igreja de Jerusalém manteve uma posição de liderança na comunidade cristã primitiva. Muitos judeus acreditavam que os seguidores de Jesus eram apenas outra seita do judaísmo. Suspeitavam que os cristãos estivessem tentando começar uma nova ‘religião de mistério’ em torno de Jesus de Nazaré. É verdade que muitos dos cristãos primitivos continuaram a cultuar no templo (At 3.1) e alguns insistiam em que os convertidos gentios deviam ser circuncidados (At 15). Esperavam que Cristo voltasse muito em breve. Naquele ambiente, a igreja crescia com rapidez tal, que os apóstolos necessitaram nomear sete homens para distribuir víveres às viúvas necessitadas. O dirigente desses homens era Estêvão (At 6.5). Este veio a ser o primeiro mártir da Igreja (At 7.58-60), fato que deu início a uma onda de perseguição que levou muitos seguidores do ‘Caminho’ a abandonarem Jerusalém (At 8.1). Assim, a instrução de Cristo para fazer ‘discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo’ (Mt 28.19) começou a ser cumprida pela Igreja. Logo depois do martírio de Estêvão, a igreja deu início a uma atividade sistemática para levar o evangelho a outras nações. Pedro visitou as principais cidades da Palestina, pregando tanto a judeus como aos gentios. Outros foram para a Fenícia, Chipre e Antioquia da Síria. Ouvindo que o evangelho era bem recebido nessas regiões, a igreja de Jerusalém enviou a Barnabé para incentivar os novos cristãos em Antioquia (At 11.22-23). Barnabé, a seguir, foi para Tarso em busca do jovem convertido Saulo (Paulo) e o levou para a Antioquia, onde ensinaram na igreja durante um ano (At 11.26).

2. A dispersão dos discípulos (v.4). O crescimento foi rápido. Muitos eram acrescidos diariamente ao número dos três mil até chegarem logo a cinco mil (At 4.4). Atos menciona multidões integrando-se à Igreja (At 5.14). Muitos destes eram judeus helenistas da dispersão e que estavam em Jerusalém para celebrar as festas de Páscoa e Pentecostes (At 6.1). Até mesmo sacerdotes foram alcançados pela nova fé; ‘muitos sacerdotes’ (At 6.7) são mencionados como estando entre os membros da Igreja de Jerusalém. Talvez alguns deles tivessem presenciado a abertura do grande véu do templo, que seguiu-se à morte de Jesus, e isto junto com a pregação dos apóstolos, levou-os a abraçar o ‘Caminho’. Este crescimento rápido suscitou os olhares dos judeus. As autoridades eclesiásticas perceberam a terrível ameaça que a nova fé apresentava. A perseguição veio primeiramente de uma organização político-eclesiástica, o ‘Sinhedrim’ (sinédrio), o qual, com permissão do governo romano, supervisionava a vida civil e religiosa judaica. Depois disto, a perseguição ganhou cunho político: Herodes assassinou Tiago e prendeu Pedro (At 12), desde então, a perseguição à Igreja de Cristo tem seguido esse padrão: político ou eclesiástico.

3. Deus pode tornar o mal em bem. A perseguição que se seguiu foi mais dura e acabou sendo o meio usado pela igreja nascente para que sua mensagem fosse levada a outras partes do mundo (At 8.4)

SINÓPSE DO TÓPICO (1)

O martírio de Estevão, nos primórdios da Igreja, resultou na dispersão dos discípulos e, por conseguinte, numa maior propagação do evangelho.

II. OS SAMARITANOS

1. A ordem de Jesus derruba barreiras étnicas. O verdadeiro cristianismo tem sido sempre de orientação missionária. O evangelho foi levado a povos de outras raças através deste trabalho. A visita de Filipe a Samaria levou o Evangelho a um povo que não era de sangue judeu puro (At 8.5-25).

2. Samaria (v.5). Os samaritanos descendiam daquelas dez tribos que não foram levadas para a Assíria depois da queda de Samaria e dos cativos estrangeiros que o rei da Assíria trouxe para habitarem ‘nas cidades da Samaria’ (a totalidade do Reino do Norte), [uma política adotada pelo império a fim de destruir qualquer nacionalismo que ainda restasse evitando revoltas]. Casamentos mistos entre os israelitas deixados e os estrangeiros trazidos à terra de Israel, resultaram no povo chamado ‘samaritano’. O resultado foi uma mistura de tradições religiosas e culturais estrangeiras com os costumes e a fé dos hebreus (2Rs 17.29-33) ‘Assim, estas nações temiam o SENHOR e serviam as suas próprias imagens de escultura; como fizeram seus pais, assim fazem também seus filhos e os filhos de seus filhos, até ao dia de hoje’(2Rs 17.41). Os judeus e os samaritanos se fizeram inimigos ferrenhos desde então. Já nos tempos do NT, no entanto, muitos samaritanos tinham deixado seus modos pagãos e tinham nutrido uma fé baseada exclusivamente no Pentateuco (os cinco primeiros livros da Bíblia). Jesus testemunhou a uma mulher samaritana, quando falou da imperfeição das tradições samaritanas (Jo 4.4-26). Posteriormente, muitos samaritanos tornaram-se crentes em Cristo através do ministério de Filipe (At 8.5-25). O primeiro alvo missionário da ‘Igreja do Caminho’ foi significante, quebrou a pior barreira racial que poderia existir.

3. Judeus e samaritanos. Entre judeus e samaritanos havia uma oposição implacável, como comentado no subtópico acima, do ponto de vista étnico e religioso. Um judeu religioso tinha como obrigação evitar qualquer contato com os samaritanos, e devia abster-se de lhes pedir qualquer alimento, água inclusive (4, 9). É em Samaria, junto do poço de Jacó, que Jesus, sem levar em conta o preconceito étnico-religioso que impediriam o encontro e o diálogo com aquela mulher, pede-lhe água! Seu encontro com a mulher samaritana resultou na conversão de toda aquela aldeia para o Reino de Deus (Jo 4.39-42). A paixão consumidora de Jesus era salvar os perdidos (ver Lc 15; Pv 11.30; Dn 12.3; Tg 5.20), alvo este que lhe era infinitamente mais importante que a comida e a bebida (Jo 4.34). Devemos seguir o exemplo de Jesus. Ao nosso redor há pessoas dispostas a ouvir a Palavra de Deus. Devemos falar-lhes da sua necessidade espiritual e de Jesus, que pode satisfazer essa necessidade.

SINÓPSE DO TÓPICO (2)

A ordem evangelística de Jesus derrubou barreiras étnicas entre judeus e samaritanos

III. . O EVANGELHO EM SAMARIA

1. "Descendo Filipe à cidade de Samaria, lhes pregava a Cristo" (v.5). Onde Filipe foi? Para esta raça mista de pessoas aos quais os judeus olhavam com desprezo; até mesmo mesmo João desejou fazer cair fogo do céu para consumi-los! (Lc 9.54). O crente precisa ter cuidado para que sua fidelidade a Cristo e o seu fervor por Ele não abriguem um espírito de vingança ou violência contra os descrentes que vivem nas trevas do pecado. 'As multidões atendiam, unânimes, às coisas que Filipe dizia ... E houve grande alegria naquela cidade’(At 8.6-8). Agora os cristãos judeus estavam unidos com os cristãos samaritanos (algo impensável a um judeu), todos um em Cristo. ‘Pois todos vós sois filhos de Deus mediante a fé em Cristo Jesus; porque todos quantos fostes batizados em Cristo de Cristo vos revestistes. Dessarte, não pode haver judeu nem grego; nem escravo nem liberto; nem homem nem mulher; porque todos vós sois um em Cristo Jesus. E, se sois de Cristo, também sois descendentes de Abraão e herdeiros segundo a promessa’ (Gl 3.26-29). Paulo, escrevendo aos Gálatas, remove todas as distinções étnicas, raciais, nacionais, sociais e sexuais, no que diz respeito ao nosso relacionamento espiritual com Jesus Cristo. Todos os que estão em Cristo são igualmente herdeiros da graça da vida (1Pe 3.7), do Espírito prometido (v. 14; 4.6), e da restauração à imagem de Deus (Cl 3.10,11).

2. A presença divina (vv.6,7). Nos Evangelhos, o reino de Deus está estreitamente associado à cura, aos milagres e à expulsão de demônios (4.23,24; 9.35; 10.7,8; 12.28; Lc 9.1,2; At 8.6,7,12). O reino de Deus inclui bênçãos para o corpo, e não somente para a alma. O contexto de Mt 10.1,8 deixa claro que a pregação do reino de Deus deve ser acompanhada da manifestação do poder de Deus contra as forças do pecado, da enfermidade e de Satanás. O propósito de Cristo é que o reino de Deus e o seu poder estejam próximos (i.e., presentes) para levarem a salvação, a graça e a cura ao povo de Deus. [As Escrituras ensinam claramente que Cristo quer que seus seguidores operem milagres ao anunciarem o evangelho do reino de Deus (ver Mt 10.1; Mc 3.14,15; Lc 9.2; 10.17; Jo 14.12). Estes sinais (gr. semeion), realizados pelos discípulos verdadeiros, confirmam que a mensagem do evangelho é genuína, que o reino de Deus chegou à terra com poder e que o Senhor Jesus vivo e ressurreto está presente entre os seus, operando através deles (ver Jo 10.25; At 10.38). Essas manifestações espirituais devem continuar na igreja até a volta de Jesus. Conforme vemos nas Escrituras, esses sinais não foram limitados ao período que se seguiu à ascensão de Jesus (ver 1Co 1.7; Gl 3.5). Os discípulos de Cristo não somente deviam pregar o evangelho do reino e levar a salvação àqueles que crêem (Mt 28.19,20; Mc 16.15,16; Lc 24.47), mas também concretizar o reino de Deus, como fez Jesus (At 10.38) ao expulsar demônios e curar doenças e enfermidades. Jesus deixa claro, em Mc 16.15-20, que esses sinais não são dons especiais para apenas alguns crentes, mas que seriam concedidos a todos os crentes que, em obediência a Cristo, dão testemunho do evangelho e reivindicam as suas promessas. A ausência desses ‘sinais’ na igreja, hoje, não significa que Cristo falhou no cumprimento de suas promessas. A falta, conforme Jesus declara, está na vida dos seus seguidores (ver Mt 17.17). Cristo prometeu que sua autoridade, poder e presença nos acompanharão à medida que lutarmos contra o reino de Satanás (Mt 28.18-20; Lc 24.47-49). Devemos libertar o povo do cativeiro do pecado pela pregação do evangelho, mediante uma vida de retidão (Mt 6.33; Rm 6.13; 14.17) e pela operação de sinais e milagres através do poder do Espírito Santo (ver Mt 10.1; Mc 16.16-20; At 4.31-33). Adaptado do estudo ‘Sinais dos Crentes’, Stamps, Donald. Bíblia de Estudo Pentecostal, CPAD;].

3. Nasce a igreja dos samaritanos (v.12). O motivo principal que levou os samaritanos a receber tão alegremente o evangelho pregado por Filipe foram os milagres por ele operados (At 8.5,6). Outro motivo, sem dúvida concorreu para o mesmo resultado, é que, ao contrário das doutrinas dos judeus, o Cristianismo seguia os ensinos e os exemplos de seu fundador, admitindo os samaritanos aos mesmos privilégios que gozavam os judeus convertidos ao Evangelho (Lc 10.29-37; 17.16-18; Jo 4.1-42). O Evangelho em Samaria foi proclamado por meio da pregação cristocêntrica, resultando em conversões e manifestações sobrenaturais. SINÓPSE DO TÓPICO (3)

(III. CONCLUSÃO)

A Igreja nasceu para ser ‘um pronto-socorro’ espiritual. O encontro de Jesus com a mulher samaritana no poço de Jacó explana esse papel da Igreja. Examine a reação da mulher para com Jesus: ela estava ansiosa para receber o que Jesus oferecia mesmo sem entender muito bem; quando Jesus mostrou o seu pecado, ela não tentou dar justificativas ou se sair com desculpas, nem ficou brava. Desmascarar o pecado é uma parte dolorosa, mas fundamental do encontro com o evangelho; ela reconheceu que Jesus era Deus! Por fim, ela tornou-se uma missionária e testemunhou aos seus aldeões a respeito de Jesus, o que resultou num avivamento religioso em meio aos samaritanos. Será que, enquanto Igreja, estamos agindo como aquela mulher em relação a Jesus? A igreja é o corpo de Cristo, onde Ele mesmo é a cabeça. Os crentes são os membros desse corpo. E, como membros, estamos sempre sujeitos à vontade da cabeça. Assim como não existe uma cabeça sem um corpo, também não pode existir um corpo sem uma cabeça. A Bíblia classifica a humanidade em três grupos de povos: os judeus, os gentios e a Igreja (1 Co 10.32,33). Temos o grande privilégio de fazer parte do último, porém, temos o dever de anunciar aos demais a Palavra do Senhor. Cumpramos, pois, integralmente, a missão profética da Igreja de Cristo. "A Igreja é o estandarte da reconciliação entre a humanidade e Deus, e dos seres humanos entre si. [...] O ministério à Igreja inclui o compartilhar da vida divina. Só temos a dinâmica daquela vida à medida que permanecermos nEle e continuarmos repassando a sua vida uns aos outros dentro do Corpo. Esse processo de edificação é descrito por Paulo como relacionamentos de mútua confiança: pertencermos uns aos outros, precisamos uns dos outros, afetamos uns aos outros (Ef 4.13-16). Essa mútua confiança inclui abnegação para ajudarmos a suprir as necessidades uns dos outros. Não somos um clube social, mas sim, um exército que exige mútua cooperação e solicitude ao enfrentarmos o mundo, negarmos a carne e resistirmos ao diabo" (HORTON, Stanley M (ed). Teologia Sistemática: Uma Perspectiva Pentecostal. Rio de Janeiro. 12.ed. CPAD, 2009, pp. 600-1).

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BIBLIOGRAFIA PESQUISADA

- Lições Bíblicas 3º Trim. Livro do Mestre, versão eletrônica, CPAD (http://www.cpad.com.br);

- O Cristianis Através dos Séculos, Uma História da Igreja Cristã, Earle E. Cairns, tradução Israel Belo de Azevedo, 2ª edição, São Paulo, Vida Nova, 1995;

- Stamps, Donald. Bíblia de Estudo Pentecostal, CPAD;

- SOARES, Ezequias. O Ministério Profético na Bíblia. Rio de Janeiro, CPAD, 2010, p.143-162;

- RICHARDS, O. Lawrence. Comentário Histórico-Cultural do Novo Testamento. Rio de Janeiro. CPAD, 2007, p.262;

- (HORTON, Stanley M (ed). Teologia Sistemática: Uma Perspectiva Pentecostal. Rio de Janeiro. 12.ed. CPAD, 2009, pp. 600-1).

- http://hernandesdiaslopes.com.br/2009/11/evangelizacao-ordem-de-cristo-missao-da-igreja-e-necessidade-do-mundo/;

- http://hernandesdiaslopes.com.br/2010/07/a-igreja-e-seu-relacionamento-com-o-mundo/;

- http://redirecionadospelacruz.blogspot.com/

APLICAÇÃO PESSOAL

Embora aqueles que tinham saído forçosamente de Jerusalém pregassem somente aos judeus (At 11.19), não demorou muito para que uma grande igreja gentílica surgisse. Em Antioquia foi cunhado o epíteto ‘cristão’ o qual designava os seguidores da nova fé por se parecerem com Jesus, o Cristo e que no princípio era um termo jocoso que os antioquenses utilizavam para se referirem aos crentes. Aqueles perseguidos e insultados crentes se tornaram o maior centro cristão de 44 a 68 d.C. A tarefa de levar o evangelho aos gentios nos ‘confins’ estava apenas começando com Paulo, missionário enviado por Antioquia, e continua até hoje como a missão inacabada da Igreja de Cristo. Devemos nos lembrar de que a hostilidade profundamente enraizada e a competição religiosa haviam existido entre os judeus e os samaritanos durante muitas gerações. Ao dar o Espírito Santo por intermédio de Pedro e João, o Senhor deixou claro (1) que a igreja era uma só, e (2) que os apóstolos eram seus líderes autorizados. Sem esta evidência de unidade e autoridade, os samaritanos poderiam perfeitamente bem ter iniciado um movimento dissidente. E sem ela, os cristãos judeus poderiam não estar dispostos a aceitar os samaritanos como membros, juntamente com eles, do Corpo de Cristo" (RICHARDS, O. Lawrence. Comentário Histórico-Cultural do Novo Testamento. Rio de Janeiro. CPAD, 2007, p.262). Li algures que alguém foi procurar a igreja e a encontrou no mundo; foi procurar o mundo e o encontrou na igreja. A igreja é um povo chamado do mundo para ser enviada de volta ao mundo como luz do mundo. A igreja está no mundo, mas o mundo não pode estar na igreja, assim como a canoa está na água, mas a água não pode estar na canoa. Jesus, em sua oração sacerdotal falou-nos sobre essa relação da igreja com o mundo. [...] A igreja é enviada de volta ao mundo (Jo 17.18)“Da mesma maneira como me enviaste ao mundo, eu os enviei ao mundo”. A igreja não é do mundo, é chamada do mundo, é guardada do mundo, santificada no mundo e enviada de volta ao mundo como testemunha de Cristo. Assim como Jesus desceu do céu e se fez carne e habitou entre nós; assim como Ele se inseriu no meio dos homens, também, devemos estar presentes no mundo, não para sermos assimilados pelo mundo, amar o mundo, ser amigos do mundo e conformarmo-nos com ele, mas para sermos embaixadores de Deus, rogando aos homens que se reconciliem com Deus. A igreja é a agência do reino de Deus no mundo. A igreja é uma embaixada do céu na terra. O reino de Cristo não é deste mundo. O mundo vai passar e não temos aqui herança permanente. Nossa Pátria está no céu. Nossa herança está no céu. Vivemos aqui por causa da nossa missão. Nosso papel aqui é glorificar a Deus e anunciar sua glória entre as nações. Nossa missão é chamar os homens de todas as raças, povos, línguas e nações a se arrependerem e crer no Bendito Filho de Deus. Somos embaixadores de Cristo, arautos do Rei, ministros da reconciliação, portadores de boas notícias. Fomos tirados do império das trevas para sermos filhos da luz e luzeiros do mundo. Fomos arrancados da potestade de Satanás para anunciarmos ao mundo o reino da graça e o reino de glória do nosso grande Deus e Salvador Jesus Cristo. Fomos desarraigados deste mundo tenebroso para proclamarmos ao mundo que Cristo morreu, ressuscitou e vai voltar em majestade e glória para julgar os vivos e o mortos.(Rev. Hernandes Dias Lopes)

N’Ele, ‘Que nos consola em toda a nossa tribulação, para que também possamos consolar’ (2Co 1.4),

Francisco A Barbosa

auxilioaomestre@bol.com.br

EXERCÍCIOS

1. Como estavam os crentes em Jerusalém antes da morte de Estevão?

R. Limitados a pregar o evangelho somente em Jerusalém.

2. Como era o relacionamento entre judeus e samaritanos?

R. A animosidade no relacionamento era muito marcante entre ambos, principalmente na questão religiosa.

3. O que atestavam os milagres operados por meio dos discípulos?

R. A presença de Deus entre os crentes.

4. O que resulta da pregação de uma mensagem cristocêntrica?

R. Em bênçãos divinas e conversões.

5. Qual é a missão da igreja?

R. Levar as Boas-Novas de salvação a toda criatura.

Boa aula!

Por que os crentes faltam às aulas da EBD? Leia e saiba.

Sim. Eu considero a EBD [Escola Bíblica Dominical] um dos melhores lugar de apredermos

a palavra de Deus,e crescer em sabedoria, graça e conhecimento. Contudo, me pergunto: Até quando? Até quando os cristãos virarão suas costas à EBD? Temos um arraial mui grande de crentes que tem por costume freqüentar os cultos, em maior volume numérico, aos domingos. Se é verdade que amamos tanto a Palavra de Deus e assim cremos que ela é, porque faltamos tanto aos cultos de ensino? Por que lemos tão pouco a Bíblia? Sem dizer os livros teológicos, a saber, os comentários bíblicos. Erramos em não conhecer a Deus e ao seu poder [Mt 22.29]. Nos culto evangelístico as pessoas recebem no coração a boa semente do Evangelho, se convertem ou são convertidas, contudo, na EBD, essas sementes nascem, crescem e criam raízes espirituais profundas.

Comumente todas as Igrejas protestantes, sejam elas históricas/tradicionais, pentecostais ou neo-pentecostais, tem EBD aos domingos pela manhã e cultos evangelísticos à noite, porém, uma maior parte da membresia não frequentam a EBD, inclusive, muitos obreiros também faltam e não dão o devido valor. É um descaso total dos membros. Por outro lado, a liderança ignora esse fato e nada faz eficientemente para reverter o quadro. Penso que este estado frio pode ser mudado.

Ainda creio que a solução virá, embora seja preciso mudar a visão administrativa, i.é, mudar a visão da liderança a respeito da importância do ensino em questão. Eis o que sugiro:

a) Investir em salas de aula compatível: nossas salas são inadequadas, não atraem, as cadeiras são antigas e sujas. Algumas ainda usam quadro de gis, reto-projetor, etc.

b) Qualificar, potencializar as aulas: aqui penso em conteúdo de qualidade, de tal forma que o aluno sinta apaixonado pelo conhecimento oferecido na EBD. Ainda há muito empirismo. O ensino bíblico/teológico da EBD precisa ser prático e relevante. É por isso que esse imenso arraial de cristãos que temos não consegue mudar comportamentos de nosso país. Resumindo: o sal está muito faco.

c) Investir numa dose equilibrada de marketing à EBD: Se quisermos ter em nossas igrejas cristãos espiritualmente enraizados e convictos, teremos primeiro que investir pesado na EBD. Note-se que é comum se dizer: "a EBD é a maior escola de ensino teológico a nível de mundo", contudo, nem mesmo 50% dos próprios membros da igreja a frequemtam. Algo está errado. Jesus atraía a multidão para si, melhor, atraía a multidão pelo ensino, no poder e autoridade de suas palavras. João Batista também. Paulo, ídem. E nós? Pensemos nisto.

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